Escrevi esse texto em novembro de 2004.
Os acontecimentos de hoje o trouxera à tona, junto com esse sorriso que ficou estampado no meu rosto.
Com todas as honras - e com todos erros e acertos - mereceu ser republicado:uma homenagem (que de nada tem de póstuma!)
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Ela acordou, mas manteve os olhos
fechados. Permaneceu ali, naquela mesma posição, assimilando o aroma do
ambiente e começando a sentir novamente partes do seu corpo ainda adormecidas.
Deslizou as mãos pelo lençol, levemente - aqueles não eram os seus lençóis. Seu
corpo inicia o processo de despertar - ela volta a sentir suas pernas e seus braços, ainda doloridos; ao movimentar
sutilmente as costas experimenta uma mistura de dor e prazer, uma sensação de
que todo aquele aparente desconforto físico tinha um motivo especialmente
peculiar. Uma sensação de felicidade começa a tomar conta dos seus pensamentos e eles,
aos poucos, começam a se juntar na sua memória, como um quebra-cabeça: só as
peças reunidas de forma correta nos revelam a imagem perfeita.
Ao fundo ouvia o som dos carros, misturado com uma música que tocava num volume
baixo e penetrava nos seus ouvidos com uma delicadeza inigualável - ela não reconhecia a música, nem o idioma, mas aquele som lhe fazia
bem e parecia apressar e montagem daquele quebra-cabeça. Ainda não era o
momento de abrir os olhos, não sem antes perceber e capturar toda energia que
ela recebia através dos três sentidos despertados. Faltam dois e a visão seria
o último. Ela os alimentava sensual e vagarosamente.
Na boca ainda o gosto do vinho - era tinto, suave. O leve odor de cigarro nos cabelos a fez juntar mais algumas peças... Sentiu novamente o suor escorrendo pelo seu corpo, deslizando suavemente enquanto sua respiração começava a ficar ofegante.
O momento chegara: abriu os olhos. Aquela meia-luz, as roupas espalhadas pelo chão, a garrafa de vinho vazia... todas as peças se encaixavam perfeitamente, como na noite anterior. Olhou para o lado e o quadro se pintou de forma perfeita: os raios de luz que passavam pelas frestas da janela iluminaram o único corpo que podia estar ao seu lado naquele momento. Aqueles olhos azuis ainda a fitavam com o mesmo desejo. O sorriso sedutor dela foi como resposta para o olhar.
Hora de desmontar o quebra-cabeça e começar de novo - ainda é cedo.
Na boca ainda o gosto do vinho - era tinto, suave. O leve odor de cigarro nos cabelos a fez juntar mais algumas peças... Sentiu novamente o suor escorrendo pelo seu corpo, deslizando suavemente enquanto sua respiração começava a ficar ofegante.
O momento chegara: abriu os olhos. Aquela meia-luz, as roupas espalhadas pelo chão, a garrafa de vinho vazia... todas as peças se encaixavam perfeitamente, como na noite anterior. Olhou para o lado e o quadro se pintou de forma perfeita: os raios de luz que passavam pelas frestas da janela iluminaram o único corpo que podia estar ao seu lado naquele momento. Aqueles olhos azuis ainda a fitavam com o mesmo desejo. O sorriso sedutor dela foi como resposta para o olhar.
Hora de desmontar o quebra-cabeça e começar de novo - ainda é cedo.
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Obrigada! Passo a régua e fecho a conta por hoje?