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Lennart Goldmann
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Você tem medo de mim? Então entra. Vem me conhecer melhor. Olha debaixo dessa saia a
menina safada que se esconde por trás do monte de panos em tons pastéis.Costura meus retalhos que eu me monto pra você poder desmontar
essa mocinha comportada que mora do lado de fora do vestido.Me descobre e me cobre de vc.Usa teu medo pra me vasculhar bem devagarinho. Seja mansinho ao
entrar, mas uma vez lá dentro, bagunça de vez. Me desalinha, te desordena; perde a
compostura e te desfaz dessa roupa ajustada prá se enroscar nesse emaranhado de
panos e costuras tortas esfarrapadas que gosto de ser só pra você.Me percorre, te escorre por entre as frestas estreitas desse
corpo delgado que se contorce e se distorce prá você. Me põe do avesso, me
vira, me desvira e me pira – me estira.Me entorta pro lado, me vira de quatro. Me emborca, me dá voltas.Solta meu penteado, me escabela. Enfia o nariz nos meus nós - me
cheira, me despenteia. Me sacode prá ver se escorre. Lambe, prova. Me prova, me
desaprova – comprova!Levanta a barra da minha saia e joga pra cima. Me esconde pra
poder me ver melhor. Me deixa sacudir os ombros e balançar a bundinha pra vc. Te
entorpece, te esgota desse desejo e se lança. Contorna minha pélvis com teus dedos curtos e ásperos. Esfrega
tua barba por fazer nas minhas costas, mas se eu gemer... Não para: aumenta a
intensidade. Olha aqui embaixo: é... sou eu:
sua sem-vergonha de lingerie rendada, perna roliça e peitilhos arrebitados te
convidando prá entrar. Não bate na porta! Tua língua é a chave que me tira
desse mundinho medíocre que precisamos fingir que gostamos.Me bate, me arrebate - com vontade e carinho prá poder assoprar
depois esse bumbunzinho rosado e quente que é só teu.Morde minha calcinha e desliza devagar pelas minhas retas e
curvas, assim meu cheiro fica impregnado nas tuas narinas enquanto escorregas
em mim.
Me cheira, me coça, me roça. Passa teus pelos na minha pele lisa
e sente a resistência dos meus poros. Quando eu fechar os olhos esfrega com
força, rosna. Me molha, me desola: me consola.
Me dá, mas tira. Me deixa te pedir, me faz querer mais - cada gota de água no
deserto é um balde para o tamanho da minha sede de você.