sexta-feira, setembro 27, 2013

Quinto elemento


Na semântica daqueles quatro olhos que se fitavam cobertos por cento e cinquenta e nove longos e loiros fios de cabelo; a presença do intruso.
Em meio às quarenta e oito gotas de suor que escorriam por dezenas de curvas e algumas cavidades.
Entre pares de pernas, por duas línguas.
Por vinte dedos - por aquelas duas mãos entrelaçadas, pelos dois milhões e seiscentos mil poros encostados, quase à vácuo.
Por duzentos e doze músculos movimentados frenética e compassadamente...
Pela pressão arterial oscilante - cento e oitenta, por cento e dez mmHg. Pelos outro cento e noventa e sete batimentos cardíacos.
Por um.
Por mim.
Pelo simples prazer da dor renovada.
Pelo que não cabe, pelo que não se mede, pelo que não combina; pelo errado, pelo avesso. Pelo oposto.
Por uma penetração.
Pelo epicentro.
Um quinto olho se fez presente.
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Som ambiente: Upside Down
Gorjeta:
"Os dois corpos unidos se comunicavam aos sussurros, com pequenas frases de amor. Se acariciavam, se desejavam com cada pedacinho dos sentidos. Depois, quando esfriava a sensualidade, dava pena sentir tanto amor. A sutileza do amor é um luxo. Desfrutá-lo é um excesso impróprio dos estóicos" (Pedro Juan Gutiérrez)

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